Abordamos o sentido generalizado de
médium: o ser humano como intermediário – recepção e emissão – de muitas
forças.
O espiritismo tradicional, ou mais
precisamente, o Kardecismo, conceituou o médium como o ser humano excepcional,
portador de poderes psíquicos que possibilitam o contato com os chamados
espíritos. A conceituação kardecista de espírito é ampla e abrange muitas
categorias. Mas, o sentido desenvolvido na prática foi o do contato com
espíritos que já tenham tido corpos, isto é, já tenham sido seres humanos. Essa
preocupação reduziu a grandiosidade do Kardecismo e o espiritismo arcou com o
ônus de ser a doutrina dos mortos – o que o Kardecismo não é realmente.
Mais de cem anos depois, talvez sob a
inspiração do próprio Kardec, verifica-se que não existem poderes psíquicos
especiais, mas apenas emissão de forças, energias naturais comuns a todos os
seres humanos. Vê-se também que todos os seres humanos usam essas energias,
pois, sendo elas naturais e integrantes do processo biológico normal,
ser-lhes-ia impossível deixar de usá-las.
Outro fato tranqüilo é o relacionamento
interplanos, o contato entre as dimensões, a osmose universal. Esse fato só
permanece obscuro porque se convencionou que contato é o que se faz pelos
sentidos, convenção essa fácil de ser derrubada no moderno pensamento
científico.
Se admitirmos, pois, a existência de
espíritos, seres atômicos, moleculares, cujo habitat é outra dimensão vibracional, somos obrigados, por
definição, a admitir a relação desses espíritos com os seres físicos –
naturalmente.
O contato se faz com mais precisão pelo
ser humano, por ser este portador de um ou mais espíritos. Um ou mais, porque,
no caso das obsessões, mais de um espírito habita o mesmo corpo, formando a
base das esquizofrenias.
A conscientização do mecanismo desse
contato, que é feito à nossa revelia, é que diferencia o médium natural do
médium no sentido espírita da palavra.
O desenvolvimento da técnica de contato
conscientemente, permite ao médium ir além do relacionamento com seu próprio
espírito e controlar o fenômeno, também natural, de relações com outros
espíritos.
Médium é, pois, um ser humano normal que
utiliza conscientemente suas faculdades mediúnicas.Mario Sassi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário