segunda-feira, 28 de novembro de 2016

DEFINIÇÃO DE MÉDIUM









Abordamos o sentido generalizado de médium: o ser humano como intermediário – recepção e emissão – de muitas forças.
       O espiritismo tradicional, ou mais precisamente, o Kardecismo, conceituou o médium como o ser humano excepcional, portador de poderes psíquicos que possibilitam o contato com os chamados espíritos. A conceituação kardecista de espírito é ampla e abrange muitas categorias. Mas, o sentido desenvolvido na prática foi o do contato com espíritos que já tenham tido corpos, isto é, já tenham sido seres humanos. Essa preocupação reduziu a grandiosidade do Kardecismo e o espiritismo arcou com o ônus de ser a doutrina dos mortos – o que o Kardecismo não é realmente.
       Mais de cem anos depois, talvez sob a inspiração do próprio Kardec, verifica-se que não existem poderes psíquicos especiais, mas apenas emissão de forças, energias naturais comuns a todos os seres humanos. Vê-se também que todos os seres humanos usam essas energias, pois, sendo elas naturais e integrantes do processo biológico normal, ser-lhes-ia impossível deixar de usá-las.
       Outro fato tranqüilo é o relacionamento interplanos, o contato entre as dimensões, a osmose universal. Esse fato só permanece obscuro porque se convencionou que contato é o que se faz pelos sentidos, convenção essa fácil de ser derrubada no moderno pensamento científico.
       Se admitirmos, pois, a existência de espíritos, seres atômicos, moleculares, cujo habitat é outra dimensão vibracional, somos obrigados, por definição, a admitir a relação desses espíritos com os seres físicos – naturalmente.
       O contato se faz com mais precisão pelo ser humano, por ser este portador de um ou mais espíritos. Um ou mais, porque, no caso das obsessões, mais de um espírito habita o mesmo corpo, formando a base das esquizofrenias.
       A conscientização do mecanismo desse contato, que é feito à nossa revelia, é que diferencia o médium natural do médium no sentido espírita da palavra.
       O desenvolvimento da técnica de contato conscientemente, permite ao médium ir além do relacionamento com seu próprio espírito e controlar o fenômeno, também natural, de relações com outros espíritos.
       Médium é, pois, um ser humano normal que utiliza conscientemente suas faculdades mediúnicas.

Mario Sassi.

Calendário 2017


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

FAMILIA



Família é a união de pessoas por vínculos de casamento, parentesco e afinidade, criando histórica e sociologicamente a primeira  comunidade - a do lar, campo onde o Homem põe em prática ações nascidas de seus anseios e instintos mais profundos, proporcionando a cada componente familiar a vivência das diversas faces do amor - conjugal, fraternal, condicional e incondicional - através de afeições, racionalidade, instintos, hábitos, solidariedade, gratidão, respeito e responsabilidade.
Jesus teve uma família, tendo como pais José e Maria, e como irmãos Tiago, José, Simão e Judas, sendo Jesus o primogênito, como citado nos Evangelhos (Mateus, XIII, 55 a 57).
Ainda em Mateus (XII, 46 a 50) nos é relatado que alguém disse a Jesus: “Olha que tua Mãe e teus irmãos estão ali fora e te buscam. E Ele, respondendo ao que lhe falava, disse: Quem é minha Mãe e quem são meus irmãos? E estendendo a mão para seus discípulos, disse: Eis minha Mãe e meus irmãos; porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, e irmã, e Mãe!”
Sobre a família nos diz Emmanuel (Amanto): "Teus pais e filhos, teu esposo ou esposa, teus irmãos e parentes, companheiros e adversários, superiores e subalternos, são quase sempre os pontos vivos de tua luta regeneradora que, aceitos com o amor de Jesus, se convertem nas estações  progressivas da grande jornada, pela qual te retiras do vale das trevas para os cimos de Luz!"
A família tem, como início, o casal (*).
Geralmente, buscamos a perfeição em outra pessoa, criando uma imagem ideal que se distancia da realidade, uma vez que somos todos humanos e, por conseguinte, temos nossos defeitos e limitações que precisam ser clara e humildemente reconhecidos, não só por nós mesmos como por aqueles que nos amam.
Uma grande parte das separações dos casais e, por conseqüência, dissolução das famílias, se deve a essa fantasia que é feita em relação àqueles que se tornam objeto de uma utopia, por parte de seu companheiro ou de sua companheira, e não suportam a visão realista daquelas personalidades e individualidades.
Tolerância, humildade e, sobretudo, amor - são as bases sólidas para qualquer convivência.
Temos que fazer, do nosso lar, a primeira escola e o primeiro templo da alma dos nossos familiares, especialmente das crianças, espíritos a caminho que  foram colocados sob nossos cuidados. Vamos fazer, de nossa família, um grupo que se reúne à mesa, não somente para as refeições, tão necessárias para o plexo físico, mas, também, para trocar idéias, resolver questões e, o mais importante, buscar a harmonia e a paz nas palavras, nas ações e nos pensamentos. Ali, com sinceridade, amor e confiança, todos da família devem expor, livremente, suas dúvidas, seus temores e dificuldades sentimentais. A melhor forma é estabelecer o Evangelho do Lar (veja Evangelho). Embora muitos Jaguares achem que esta é uma ação ligada aos princípios Kardecistas, o Evangelho do Lar é um importante ponto de força para a união da família e harmonização de seus membros.
É preciso, pois, que cada membro da família deixe um pouco de tempo para isso, já que a família moderna está muito dispersa pelas necessidades de trabalhar, se divertir, ficar no computador ou nos programas de televisão, havendo um mínimo de contato entre seus membros, fazendo com que se tornem, praticamente, desconhecidos que convivem sob um mesmo teto.
Lembremo-nos de que o nosso lar é uma escola, onde temos a oportunidade de conviver, com amor e ódio, aprendendo nossas lições de progresso espiritual, com aqueles que escolhemos como companheiros nessa reencarnação, nesta viagem passageira por este planeta. No lar são formadas as bases do sentimento e do caráter de cada um, na luta diária pelo resgate de compromissos transcendentais. 
Como a instituição mais antiga da vida humana, a família vem se modificando, atualizando-se pelos modos de pensar, sentir e viver do Homem. Essa marcha se faz na medida da evolução daqueles que compõem uma família, que pode ter duas naturezas:

FAMÍLIA CÁRMICA ou FAMÍLIA BIOLÓGICA: Forma o núcleo de escolaridade da Terra e nenhum espírito pode fugir de suas lições, fonte de reajustes e oportunidades evolutivas das pessoas unidas pela força de fatores transcendentais, espíritos que, pela Lei de Causa e Efeito imperando sobre ações praticadas em encarnações anteriores, se propuseram a evoluir, uns às custas dos outros, cobrando ou resgatando dívidas em jornadas paralelas e muito próximas.  Marcadas por conflitos, ingratidões, traições, inveja e cobiça, as jornadas das famílias cármicas são um contínuo processo de evolução.  Quando um membro sai e se desliga é porque, na maioria dos casos, resgatou suas dívidas com aquele grupo.  Há também aquele que se liga ao membro de outra família, pela união de um casal (*), dando origem a uma nova família, que também prosseguirá com sua marcha evolutiva, pois os laços físicos do sangue não garantem afinidade, harmonia ou amor. Dentro da Lei de Causa e Efeito, um filho vem para se reajustar com seus pais, e pode se tornar um criminoso, assassinar o pai ou a mãe, enveredar pelos negros caminhos do vício e das drogas. Somado ao possível reajuste do casal, vemos que não podemos nos surpreender com tantas famílias desajustadas, onde o ódio entre o casal, entre pais e filhos, entre irmãos, deve ser olhado de modo abrangente, sem julgamento das ações cometidas. As dores, lutas e doenças, a desarmonia e o desequilíbrio fazem parte do processo evolutivo. Cada espírito tem que enfrentar e passar por tudo de acordo com sua consciência, sua sensibilidade e seu amor.  Aquele que abandona a família biológica de forma impensada e impulsiva só estará aumentando seus débitos com aquele grupo, e sofrerá as dores e angústias por não ter sabido superar suas provações que ele mesmo pediu em seu plano reencarnatório. Os comuns casos de abandono de idosos por seus familiares, as separações de casais e a indiferença de pais por seus filhos, abandonando crianças mal preparadas para a vida, tudo são frutos da incompreensão e da falta de esclarecimento e consciência desses espíritos fracassados. Dentro da sabedoria divina, quando uma família está com seu carma muito pesado e ameaçando ruir pela fraqueza ou cansaço de seus membros, sempre é colocada a ajuda de um missionário, que encarna no grupo para dar apoio àqueles espíritos. Nos casais, embora  raros, existem casos de almas gêmeas que se unem para o resgate de uma dívida comum com seus familiares.

FAMÍLIA ESPIRITUAL - É a que se forma pela sintonia de  espíritos, reunidos numa mesma onda vibratória, e que, quando encarnados, se encontram espalhados pela Terra, algumas vezes com dois compondo um núcleo da família biológica, no trabalho de apoio e evolução daqueles espíritos que juntam. Em missões diferentes, há muitos membros de uma família espiritual que não se encontram  com outros na Terra. Podemos ter um irmão ou um filho espiritual que está encarnado em outro país, ao qual não encontraremos senão após o desencarne de ambos. A união da família espiritual é tão intensa que ela só parte para suas origens depois que todos os seus membros estiverem reunidos, isto é, não tenham mais débitos a resgatar. Encarnados ou desencarnados, formam  pelas vibrações de amor uma poderosa fonte de forças que agem e interagem em seus componentes que, embora em lugares desconhecidos e distantes, são assistidos por elas. Há muitos casos de membros de uma mesma família espiritual que estão juntos numa família biológica, ocasionando as grandes afinidades entre si que podemos ver no relacionamento de pais e filhos, irmãos e primos, que chamam a atenção pela harmonia e compreensão.

·     “Pai Seta Branca sempre fala na família com amor, desejando que a família seja, realmente, o ponto de partida do Homem. Vou explicar: duas pessoas se amam após se verem muitas, ou até na primeira vez, e sem procurar realmente dar conta de seus sentimentos, sem considerar seus erros, muitas vezes com sentimentos ruins, com falta de esclarecimento de tudo, se conquistão e se casam. Depois, sempre há erros! E isso faz com que muitos tenham necessidade da separação. Podem ter sentimentos, mas, quando se separam, separam também os filhos. O que Mãe Tildes e Pai Seta Branca  falam é sobre as separações por  real necessidade. O Homem é consciente dos filhos, e muitas vezes, na maioria, procuram reparar essa separação com coisas materiais, ajudas aos filhos, deles não se esquecendo. Há casos diversos, em que o Homem, muitas vezes, só depois do casamento é que descobre seus verdadeiros sentimentos. Isto é muito natural e muito certo! Mas, na maioria dos casos... Eu perguntei a Mãe Tildes o que acontece nestes casos, em que o Homem, nestes desquites, dá um desgosto tão grande a Deus, qual seria a responsabilidade desse Homem e qual seria a responsabilidade de Deus para com esse Homem. E ela me disse: É, minha filha, a lei que chama o Homem à razão é a mesma que o conduz a Deus. As leis estão obrigando o Homem a dar a metade dos seus honorários para cuidar materialmente dos filhos. Quer dizer: onde o sentimento do Homem não vai, a Lei vai! E, da mesma maneira, conduz ele a Deus, dentro desta Doutrina que nós temos. E, na nossa Doutrina, o Homem tem que ser... As pessoas têm uma doutrina, têm uma religião, têm sentimentos no coração! Sei que nós vamos conseguir tudo. Como já disse a vocês, eu, sozinha, consegui chegar até aqui. Imaginem  todos nós juntos! Já podemos contar com um Doutrinador preparado e vamos lhe levar todo o conhecimento e, principalmente, o conhecimento da família, que é o princípio do Homem na Terra. Este é o sentimento mais profundo. A vocês, jovens, vou contar uma conquista, uma coisa que aconteceu comigo um dia. É uma das muitas obras de todo este mestrado. Veio um casal do Rio de Janeiro, que havia visto, pela televisão, nossa consagração do Primeiro de Maio, e que estava se desquitando. Era um casal jovem (vocês, jovens, ouçam bem!). Um rapaz de boa aparência e uma moça bonita, com dois filhos, e começaram a se odiar a ponto dele não poder mais ficar em casa. Desde o nascimento do último filho não mais se toleravam, parecendo que queriam um matar o outro. Ele arranjou uma outra moça, que é uma das coisas mais fáceis para desencaminhar um casamento, e vez por outra vinha ver os filhos. Mas o casal era apaixonado por seus dois filhos. Como ele saíra de casa, os pais da moça foram morar com ela, e aquele casal de velhos  também adorava seus netinhos. As duas crianças, uma de cinco anos e outra de três, com quem os pais tinham dívidas a resgatar, passaram a ficar mais com seus avós. Um dia, os velhos foram fazer uma longa viagem e levaram as crianças, com o consentimento do pai. Na hora das despedidas, o pai e a mãe se encontraram, mas nem se olharam de tanta mágoa. Sem as crianças, os dois entraram em desespero e o sofrimento deles os juntou, principalmente o sofrimento do pai, porque ele começara a odiar a esposa primeiro do que ela a ele. Quando viram a reportagem sobre nosso mestrado tiveram a certeza de que nós poderíamos tirar tudo aquilo de seus corações. Vieram e receberam toda a graça aqui! Receberam tanto que já escreveram, contando que estão como se nunca tivessem brigado, como se tivessem casado naquele dia. Eu comecei a me perguntar sobre isto em meus papinhos com Mãe Tildes. Vimos que aqueles dois nunca haviam deixado de se amar, apenas não conheciam seus sentimentos. É bem mais fácil você deixar uma pessoa, deixar de dar uma Doutrina a quem você não gosta, ou pensa que não gosta, e sair, do que dialogar e procurar ver seus sentimentos. Pense nisto, principalmente quem está na Doutrina. Nós estamos aqui para unir, para fazer o Homem ter consciência de seus sentimentos, sentir o que tem em seu coração. Não estamos aqui para adivinhar nem fazer previsões. Mesmo que eu fosse um anjo, se eu adivinhasse todas as coisas mas não tivesse os sentimentos de amor, de caridade, de Mãe, eu não saberia nada! Quero que vocês procurem seus sentimentos em seus lares, vejam o que está certo, vejam o amor que têm no coração e que procurem assimilar, junto de seus companheiros ou companheiras, os nossos princípios. Digo a vocês, com todo o amor, com toda a honestidade, pelos olhos que entreguei a Jesus, que os vejo como meus filhos, como se fossem nascidos de mim. E lhes digo que o sentimento é o primeiro caminho para Deus, é a primeira missão que vocês têm na Terra. Então, vamos começar, nesses planos, a não querer corrigir mas, sim, a levar o sentimento de religião, de amor, o sentimento verdadeiro deste espírito que nos cerca. Não nos preocupemos tanto com as mensagens, mas sim, em primeiro lugar, com nossas famílias, com nosso lar, com o que temos dentro de nós! Depois, então, vamos servir a Deus sobre todas as coisas. Meus filhos, temos tantas maravilhas! Jesus está esperando somente que o Homem se certifique de seus sentimentos...” (Tia Neiva, 27-6-76)
·     “Estava na minha frente, para ser consultada, uma bela senhora de cerca de 40 anos, recentemente viúva de um suicida. Junto com ela estavam sua sogra, um jovem aparentando 18 anos - um belo rapaz com um futuro prometedor - e uma jovenzinha me parecendo leviana, porém de bom aspecto. Vi que se tratava de uma família. “Veja o que pode fazer pela minha sogra, Tia Neiva. Vim para consolá-la, porque Lúcio se suicidou e ela está sofrendo muito (Lúcio era filho da anciã). Ela está me dando muito trabalho. Vê se a faz esquecer, faça qualquer coisa que me dê sossego!” “Sim, - disse a anciã - a minha maior dor é saber que meu filho não tem salvação. Foi  tão bom!... Não sei como pode fazer isso!”  A viúva arrematou depressa e com desprezo pelo marido: “Deixou-nos na pior situação. Enfim, traumatizou todo mundo!” Disse o rapaz: “Sim, Tia Neiva, pelo amor que meu pai tinha por nós não é fácil entender o que ele fez e nem tampouco para mim e minha pobre mãe viver sem ele. Foi horrível o que passei, pois, no fim, ele mostrou que não gostava mesmo era da gente, Tia Neiva. Minha avó, coitada, pensa no quanto ele irá penar. Nisso eu não acredito muito, pois sei que Deus não irá deixar, porque ele era bacana mesmo, compreendia a mim mais do que todo o mundo. Quando eu não estava satisfeito com as coisas da mãe, ele sempre me dizia que o filho que não gosta da mãe nunca se realiza. Era bacana mesmo... Não sei como foi tão fraco!” Depois, ficamos calados, só ouvindo os soluços da vovozinha. São os restos do carma, logo a senhora estará com ele - disse eu com tranqüilidade e falando com carinho à pobre sogra. A viúva começou a tagarelar sem parar e sem qualquer sentimento de amor: “Como, Tia Neiva? - falou a anciã - A senhora não entendeu que ele se suicidou? Deu um tiro nos miolos, e agora só Deus sabe por onde anda meu filho!... Meu pobre Lúcio! Não sei. Um homem tão culto... Quis ser médico, e foi. Quis seguir a mesma profissão do pai, pobre pai, pobre marido meu, que Deus o tenha também em bom lugar. Era como Lúcio, seu filho, um homem bom. Morreu do coração. Foi um golpe duro para mim, porém não tão duro como este do meu filho. Sim, Tia Neiva, o meu mal foi ter me casado com outro. Não dei satisfações ao meu Lúcio e este atual marido não combinava com ele. Por causa deste infeliz, Lúcio estava afastado de mim. Lúcio saiu de casa e só voltou quando ele foi embora. Será, Tia Neiva, que foi por isso que ele se suicidou? Guardou toda a vida esta mágoa?”  Será que não foi pelos atritos com Lúcio Júnior? - perguntei. “Não, - respondeu a anciã - ele até queria a grande herança de meu marido. Lúcio, coitado, ficou decepcionado comigo. Sempre que podia, me falava: o Homem nunca pode pensar nos defeitos da mãe. Mas ele sempre me beijava, ria e ficava por isso mesmo. Acredito que era só da boca para fora.”  Terminado o diálogo, vi que o pobre suicida se fora para evitar desgraça maior, pois o quadro daquela gente era o pior possível! Somente o jovem sofria, pois perdera o pai para se salvar. Chamei o Tiago e recomendei um trabalho. Fiquei observando se Lúcio se manifestava por ali, porém ele não veio. Obsessor? pensei. Fui, então, encontrá-lo no Canal Vermelho. Aproximei-me dele e disse: Estive com sua família, seu filho e sua filha, seus dois filhos. “Só tenho Fernando e Fernanda. O que Fernando pensa de mim? A senhora sabe?” Sei - respondi - bem como também sei o que o levou ao suicídio. “Falou com ele?” perguntou-me desesperado. Não, tenho um juramento na Terra que me obriga a respeitar os sentimentos dos outros e seria incapaz de denunciar alguém. “Fui suicida e, no entanto, aqui, ninguém me condenou por isso.” Sim - disse eu - foi aquilo que eu aprendi: a respeitar os outros. “E minha mãe?” Sua mãe, Lúcio, sentiu e sente a maior dor! “Meu Deus!” gemeu Lúcio.  Lúcio, sua mãe optou pelo homem que amou, quando você partiu pela primeira vez, e a mãe não tem porque optar senão pelo próprio filho. “Sim, Tia Neiva, foi horrível no dia que meu padrasto me esbofeteou, na frente de minha mãe, dizendo que ele ou eu ficaria naquela casa, e minha mãe disse que ia me levar para a casa de minha avó, mãe do meu falecido pai. Tive uma decepção tão triste que nunca mais me recuperei, apesar de todo o carinho de minha avó. Minha mãe não me quis, preferiu ficar ao lado do homem a quem amava. Mesmo traumatizado e cheio de tristeza, casei-me. Minha esposa parecia me amar muito. Tivemos dois filhos maravilhosos, Fernando e Fernanda. Tudo corria aparentemente bem. Foi então que entrando na casa de Marcelo, meu maior amigo, ouvi a voz de Edna, minha esposa. Marcelo veio ao meu encontro e perguntei de quem era aquela voz. Ele gaguejou e disse que não era ninguém. Desci e fiquei em frente à casa, até que saíssem. E quem saiu foi ela, a própria Edna! Fiz uma viagem, porém aquilo não saía de minha cabeça, pensando em tudo que um homem traído em seu casamento pode pensar. Ela não se modificou e Marcelo também persistiu no erro. Eu não quis mais ver o que estava acontecendo. Tive vontade de matar os dois, porém decepcionar Fernando com sua própria mãe não era possível. Se eu morresse, ele nunca ficaria sabendo da sua traição. Pensei comigo: se tudo estiver bem para Fernando, espero aqui o que Deus quiser. Deus há de me perdoar por minha pobre incompreensão. Tenho certeza de que, um dia, Deus me perdoará!”  É verdade, pensei. Fernando estava sem complexos, vivendo sua vida e amando ainda mais sua mãe. Estávamos bem, quando ouvimos a campainha da chamada. “Está vendo para onde irei?” perguntou-me Lúcio. Você vai para o outro lado deste Canal - respondi. Ele partiu, e soube que tinha ido para reencarnar e pagar na carne o seu erro de se suicidar. E qual a sua pena? Voltará com uma forma de disritmia. Perguntei quem seria sua mãe. Sua mãe será novamente a mesma velhinha, porque rejeitou o direito de criá-lo, fazendo assim seu primeiro trauma, por ter preferido o homem que amava, deixando que ele fosse para a casa de sua avó. O desequilíbrio de uma mãe desajusta uma família. No outro sábado, aquela família voltou para falar comigo e, vendo-os sentados à minha frente, tive vontade de dizer tudo: que tinha me encontrado com Lúcio no Canal Vermelho e que era ela a única responsável pela sua morte. Como sempre me limito, apenas, a proteger, porque entreguei meus olhos a Jesus para nunca escravizar ninguém com palavras ou por insinuações, e muito menos por julgamento. Fico frustrada pensando nas palavras de Pai Seta Branca: ajudar, comunicar sem participar, não dividir nem tomar partido das pessoas!” (Tia Neiva, dez/79)

·     “Lembro de algo que Humarram preparou para mim: naquele dia, ia para o sono cultural um jovem que deixara, na Terra, uma complicada cobrança, envolvendo sua enteada, uma jovem mulher, empenhada em dívidas. Era o quadro que eu via, e Humarram me explicou: “A moça já está grávida e agora veremos se vai dar tempo. Seu sono e sua cultura foram muito tristes. Ele teria que voltar quando tivesse sete anos, mas, se tudo corresse bem, poderia voltar até depois de setenta ou oitenta anos.” Por que a enteada? perguntei. “Porque o jovem se apaixonou por ela, fez dívidas e estragou a vida dele, deixando a mulher ‘naquela’ situação.” E que culpa teria a moça para perder seu filho, que é uma dor tão grande? “É que ela alimentava o amor de seu padrasto, perdendo o sentimento pela mãe, não havendo respeito. Já se passaram mais ou menos cinqüenta anos da Terra, mas Deus não tem pressa. Eles estão chorando porque aqui sofrem mais e são mais conscientes.” Mas não era esta família que estava na Terra? “Não. Amaro, que é este jovem, já estava endividado com Susana. É a segunda vez que ele volta. Seu pecado é não respeitar sua família. Comporte-se em seu lugar, como Mestre Instrutora.” Não é falta de respeito o comportamento. Estando na Terra, todos podem se libertar  uns dos outros sem precisar  traumatizar ou cravar uma injúria ou uma falsidade, que é o mesmo que matar fisicamente. E nosso amigo estava devendo anteriormente. Vai e volta, e ninguém lhe ensina nada? “E o sono cultural, filha? Lá é dito tudo o que o Homem precisa saber. Inclusive, vai para um lar decente, com pais que ensinam a moral. Não há necessidade de erros... Todos têm uma oportunidade! Em cada canto tem alguém ensinando alguma coisa.” E em lágrimas e tristezas o nosso personagem se despediu, indo para o sono cultural. Sabe Deus quando voltará. Se tudo der certo, faz sua cobrança e volta. Pensei comigo: o que é bom para um não é bom para outro. E vendo aquele mundo de gente, pensei em um por um deles. Humarram, vendo o meu pensamento, foi logo dizendo: “Sim, as coisas de Deus são assim. Na Terra, todos têm seu encaminhamento e, aqui, muito mais. Veja ali, na Ponta Negra! Olha o Vale Negro, lá embaixo...” (Tia Neiva, 11.9.84)

sábado, 19 de novembro de 2016

A DOUTRINA DO AMANHECER AO ALCANCE DOS INTERESSADOS UMA POSIÇÃO DOUTRINÁRIA

                 


Houve grande polêmica por se colocar, na Internet, trabalho profundo sobre o Vale do Amanhecer, com detalhes da Doutrina, o que, segundo alegam os opositores, coloca ao alcance de qualquer um assuntos exclusivos dos seguidores da Corrente. Entretanto, é preciso tornar claro o que se faz nesse grupo espiritualista, principalmente se partindo da premissa de que não temos, no Amanhecer, nada secreto nem escondido, pois até mesmo da Iniciação participa um grande número de pessoas. Enquanto Tia Neiva estava à frente da Doutrina, juntamente com Mário Sassi, houve muita exposição do Vale do Amanhecer e da própria Clarividente, em revistas, filmes, reportagens de jornais e de televisão, bem como figurações especiais em novelas. Com enfoques variados, uns buscando a realidade, outros apenas visando o sensacionalismo, o Vale se tornou objeto da curiosidade mundial, atraindo numerosos turistas. Não sabemos como teria Mário Sassi reagido ao novo veículo, de alcance mundial, que é a Internet. Certamente, como profissional da Comunicação, teria aproveitado essa mídia para ampliar a verdade sobre o Vale do Amanhecer. No Prefácio de sua obra “2000 – A CONJUNÇÃO DE DOIS PLANOS”, o Mestre Mário Sassi, Trino Triada TUMUCHY, imediatamente a seguir de Tia Neiva na hierarquia da Corrente, declarou:

O leitor que já conhece os livros precedentes, “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Sob os Olhos da Clarividente”, sabe da nossa preocupação em simplificar, esclarecer e, principalmente, tornar cada assunto acessível a qualquer mente com adequação gradativa. A primeira medida nesse sentido é tornar claro que o concernente ao espírito e ao destino humanos não é aprendido somente pela mente aculturada escolarmente, mas, sim, pela receptividade de outra natureza, do conjunto psicofísico-espiritual, o ser humano tomado no seu todo. A mente concreta, intelectualizada, é essencialmente transformista, elabora idéias com idéias, muda sempre as formas mas conserva as essências. Porém, a mente espiritualizada é criativa e, na sua elaboração, traz sempre algo novo, não pensado ainda, essencial. É nesse sentido que o Vale do Amanhecer orienta sua mensagem, procurando mostrar que todo ser humano dispõe do mecanismo necessário para saber as coisas fundamentais a seu próprio respeito e do seu destino.
É, pois, necessário que se estabeleça o que há de verdadeiro em nossa Doutrina, que tem sido apresentada em alguns programas de televisão evangélicos, por exemplo, com cenas de terreiros e rituais de outras doutrinas, que nada têm a ver conosco. Por isso, nossa intenção é a de mostrar o que é a Doutrina do Amanhecer, em sua simplicidade e grandeza espiritual, buscando informar a todos sobre os diversos pontos doutrinários, sem nos preocuparmos com o que poderá ser feito com o conhecimento de nossas leis, trabalhos e rituais, pois o âmago de tudo está na consciência e no preparo de cada um para entendê-los. Além do mais, chaves, mantras e entendimentos teológicos, morais e psíquicos, não são segredos, estando ao alcance dos visitantes e pacientes que chegam aos nossos templos, podendo adquirir publicações ilustrativas e doutrinárias, sem restrições. Mais um trecho do citado trabalho do Trino TUMUCHY:

Entre a dor e o lenitivo de seus portadores surge, de permeio, o processo, o meio, o instrumento, a técnica. Após muitos anos de ação, esse conjunto se apresenta como uma doutrina. Esse agregado harmônico poderia ser chamado de Doutrina do Amanhecer, pois se destina à entressafra do presente e do futuro imediato.
Desse complexo instrumental, destacam-se a presença, verificável, palpável, de forças psíquicas e forças externas ao ser humano.
As foças psíquicas são chamadas mediúnicas, e as forças externas são chamadas espirituais. As primeiras são caracterizadas por seres humanos, chamados médiuns, e as segundas são representadas por seres individualizados, chamados espíritos. A aceitação da existência dos espíritos e da sua comunicação conosco é tranqüila a boa parte da humanidade. Mas, esse fato não é aceito pela Ciência e é aceito pela Teologia em termos restritos.
No Vale do Amanhecer não existe preocupação em provar sua existência ou o contato com eles. Esses fatos são traduzidos em resultados palpáveis, para os quais nenhuma Ciência ou Teologia tem explicações. Mas, a missão do Vale não é a de fazer doutrina, fundar religião, congregar prosélitos ou profetizar. A missão tem sido, tão-somente, atender seres humanos angustiados que procuram alívio.
Mas, sua capacidade de atendimento está próxima dos limites numéricos, e a angústia humana atinge dimensões cada vez maiores. Isso tem conduzido ao planejamento de levar seus benefícios a maior número de pessoas. Parte desse plano é a síntese literária, a comunicação escrita e a notícia. Com isso, o Vale ingressa no rush atual da comunicação, porém comunicação de fatos reais, verificáveis.
E então, nossos Mentores e Guias Espirituais nos autorizaram a divulgação de nossos contatos com seres de outros planetas, seres físicos, concretos, existentes no Universo. Com essa divulgação, eles visam a preparação da humanidade para a generalização desses contatos, dos quais somos, apenas, um núcleo experimental. Eles, os seres de outros planetas, virão e se entrosarão com os habitantes da Terra, neste século, fisicamente.
A experiência do Vale do Amanhecer está sendo conduzida com base em dois fatores fundamentais: a clarividência da médium Neiva e a manifestação específica de seres de um planeta cujo nome é, para nossa linguagem, Capela.
Para que esses fatos reais não possam ser confundidos com fantasias, eles vão sendo escritos na sua atualidade e com flash-backs de fatos passados. O relato culminará com projeções de acontecimento futuros, a serem verificados na medida em que se concretizem.

Considerando o interesse crescente pela Doutrina do Amanhecer, que já conta com grupos por todo o Brasil e em alguns outros países, nosso objetivo foi o de tornar acessível a quem quiser algumas informações doutrinárias, não só ao corpo mediúnico que está distante, bem como a estudiosos e pesquisadores, ou simples curiosos, procurando expor material onde o leitor terá como buscar melhores esclarecimentos sobre o que se contém nas diversas obras aqui apresentadas, dentro da filosofia da Linha do Sacerdócio Jaguar Tumuchy. Aqui vale lembrar de que a simples leitura de chaves, juramentos, etc. nada representa para quem não tenha seu plexo iniciático, suas consagrações e esteja com seu espírito preparado para tal conhecimento. Tanto que nossos irmãos do Vale das Sombras sabem muito mais do que se contém neste site, mas nos visitam constantemente, no Trono Milenar, buscando um acordo que lhes permita fazer as manipulações que realizamos em nossos trabalhos. Ao colocarmos na Internet algumas informações que já não mais estão disponíveis no próprio Templo-Mãe estamos, tão somente, preocupados em preservar nossa Doutrina, a Doutrina que nos veio através de nossa querida Mãe Clarividente, uma vez que são idéias e práticas eternamente úteis aos espíritos a Caminho de Deus. (T.R.T. Tumarã – março/2002)